São Paulo, 28 de agosto de 2018
O Cerrado possui privilégios para quem busca potencial produtivo e conservação da natureza. Além disso, o bioma traz benefícios econômicos e sociais significativos para locais com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), como Piauí e Maranhão. No Matopiba, entre 2001 e 2007, 61% da expansão da área de soja foi realizada por desmatamento. De 2007 a 2014, a participação continuou elevada, 52%. Já em 2014 e 2017, a presença retraiu para 14%, ou seja, apenas 4% da expansão da área plantada foi ocasionada sobre o Cerrado.
Há diversos fatores que influenciam o desmatamento no bioma e não é a migração da produção de soja para a Amazônia. Entre elas, 32% da vegetação nativa preservada na Bahia está dentro das propriedades. O Cerrado tem mais de 20 milhões de hectares de pastagens com aptidão de clima e solo para produção por ano e a soja possui crescimento de 500 mil hectares por ano. Os 20% de Reserva Legal são suficientes para a cultura.
No Cerrado, só existe 3 milhões de hectares com vegetação nativa e alta aptidão para a soja, sendo 102 milhões de hectares cobertos com mata local. Imagens de satélite com alta precisão auxiliam os fiscais do IBAMA, como a operação Shoyo Matopiba, que conseguem localizar áreas desmatadas pela sojicultura. Com todos esses fatores, a oleaginosa não tem motivos para ser causadora da situação.
O assunto pautado dentro das indústrias processadoras de soja são debatidos com ONGs, governos, sojicultores, Ministério Público e outros setores, em busca de alternativas para que a produção não ocasione mais aberturas de novas áreas. Mas o tema também tem que ser levado para fora, para que outros segmentos possam ter a mesma responsabilidade para a preservação. Com isso, é importante que o consumidor tenha em mente que a soja não é um fator do desmatamento do Cerrado. Todos precisam trabalhar para a preservação ambiental, desde a consciência da população até o governo com medidas para o tema.